De volta do meu estado letárgico e mais calma...de facto e olhando em retrospectiva nunca me valeu de muito ficar parada, presa num passado já distante...não posso dizer que já passou, que já não penso mas definitivamente decidi dar o tal passo ou melhor direccionar o meu olhar para o presente...momento em que se escreve o futuro próximo...e a verdade é que, e de forma já mais consciente, a continuar a olhar o passado o que acontece é que não se alimenta o presente, e o que temos hoje passa a fazer parte do passado e aí uma vez mais o passado e os arrependimentos subjacentes, seja porque não se resolveu ou porque se não deu valor...e ás páginas tantas é um rol interminável de arrependimentos pura e simplesmente porque não se enfrenta o presente.
No entanto não posso deixar de dizer que sinto umas saudades imensas dos lanches e conversas intermináveis com a Madalena, dos chás e do turco com a Nadea e a Lúcia, dos serões com a glória e as noites sempre mágicas com o pessoal de Montemor, salientando a Marta e a Vânia, sinto falta das cumplicidades...e muito embora nenhuma destas amizades se tenha perdido não é a mesma coisa, já não estou ali ao virar da esquina, mas ainda assim quero agradecer a estes seres maravilhosos pelo privilégio de os ter na minha vida e dizer-lhes que sem elas a minha vida não teria o mesmo brilho, por isso um grande obrigado carregado de amor!! A minha vida é um pouco mais vazia aqui por Lisboa mas isso deve-se apenas ao facto de a fasquia ser demasiado elevada, devido á vossa presença na minha vida.
Sim, sinto falta de outras coisas que perdi ou escolhi perder mas isso ficará para sempre guardado bem aqui dentro e quanto a isso nada a fazer, e esta sim é a minha luta diária, existem decisões que alteram para sempre os curso da nossa vida e isso não é passível de ser modificado.
Provavelmente só nos apercebemos do que temos de importante nos nosso presente quando está prestes ou corre o risco de se tornar passado, e talvez hoje mais do que nunca tenha a consciência de que seja qual for o resultado, tudo isto só fará sentido se for efectivamente vivido com verdade e dando tudo o que temos, fazer tudo o que for possível para que resulte e se ainda assim não resultar pelo menos saberemos que tentámos, que fomos honestos, que nos esforçamos e ai sim... no regrets.
Viver nem sempre é fácil, mas talvez porque na maioria das vezes trazemos a bagagem demasiado pesada por não a termos sabido ir esvaziando ou libertando.
Enfim valham-nos os momentos de lucidez.
Não poderia acabar este texto sem vos deixar um pensamento, crença o que lhe quiserem chamar, o que deixámos lá atrás por resolver mais dia menos dia vai acabar por ter que ser resolvido, e não há como fugir, com isto não quero dizer que devamos suspender a nossa vida apenas que devemos estar preparados porque mais dia menos dia o momento acontece.
“Viver é uma oportunidade única de amar e sentir o lado bom das coisas:
ResponderEliminar...mesmo que seja breve…
... mesmo que deixe saudades.”
Esta frase (penso que é do Carlos Drummond de Andrade) tem-me acompanhado ao longo dos anos.
Aproveita e desfruta cada detalhe dessa enorme aventura que é viver.
Com um ramo de :-)
Muito perto do coração
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